Devoção à São Jorge – Por volta do século terceiro, na época em que Diocleciano era imperador de Roma, existia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”. Ele nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Por sua família ser cristã, Jorge aprendeu desde cedo a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.
Após a morte de seu pai, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe, onde se alistou no exército de Diocleciano. Chegando lá e dedicando-se às suas funções, foi promovido a capitão do exército romano, passando a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções, com apenas 23 anos.
Em 303, quando o imperador emanou um edito para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. O Imperador Diocleciano tentou fazê-lo desistir da fé de todas as maneiras, inclusive, torturando-o de vários modos. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus.
Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina. É local de peregrinação, não sendo interrompida nem mesmo durante o período das Cruzadas. Ele foi escolhido como o padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha, Portugal, Lituânia e Inglaterra e um sem número de localidades no mundo todo.
A Lenda do Dragão
São inúmeras as narrações fantasiosas, as lendas, que nasceram em torno da figura do glorioso São Jorge. Uma das mais conhecidas é o do dragão e a jovem, salva pelo santo, que remonta ao período das Cruzadas. Essa lenda foi registrada na história em vários belíssimos quadros pintados por artistas renomados em sua época.
Contasse que na cidade de Selém, Líbia, havia um grande pântano, onde vivia um terrível dragão. Para aplacá-lo, os habitantes ofereciam-lhe dois cabritos, por dia e, vez por outra, um cabrito e um jovem tirado à sorte. Certa vez, a sorte coube à filha do rei. Enquanto a princesa se dirigia ao pântano, Jorge passou por ali e matou o dragão com a sua espada. Este seu gesto tornou-se símbolo da fé que triunfa sobre o mal.
De mártir a Santo guerreiro
Os cruzados contribuíram muito para a transformação da figura de São Jorge de mártir em Santo guerreiro, comparando a morte do dragão com a derrota do Islamismo.
Com os Normandos, seu culto arraigou-se profundamente na Inglaterra, onde, em 1348, o rei Eduardo III instituiu a “Ordem dos Cavaleiros de São Jorge”. Durante toda a Idade Média, a sua figura tornou-se objeto de uma literatura épica, que concorria com os ciclos bretão e carolíngio.
Devoção a São Jorge
São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ele é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”.
Na falta de notícias sobre a sua vida, em 1969, a Igreja mudou a sua celebração: de festa litúrgica passou a ser memória facultativa, sem, porém, alterar seu culto.
As relíquias de São Jorge encontram-se em diversos lugares do mundo. Em Roma, na igreja de São Jorge em Velabro é conservado seu crânio, por desejo do Papa Zacarias.
Como acontece com outros santos, envolvidos por lendas, poder-se-ia concluir que também a função histórica de São Jorge é recordar ao mundo uma única ideia fundamental: que o bem, com o passar do tempo, vence sempre o mal. A luta contra o mal é uma dimensão sempre presente na história humana, mas esta batalha não se vence sozinhos: São Jorge matou o dragão porque Deus agiu por meio dele. Com Cristo, o mal jamais terá a última palavra!
A Tradição
Na tradição popular a figura de São Jorge tem lugar garantido. Protetor fiel e corajoso do povo devoto, está presente em forma de imagens e quadros na maioria das casas católicas. São Jorge, apesar das confusões religiosas, que o levam sobretudo às religiões afro-brasileiras, é um santo católico, com, festa litúrgica oficializada e celebrada com fervor no oriente e no ocidente. Sua fama de guerreiro faz dele um santo invocado em situações limites e consideradas impossíveis.
São Jorge, rogai por nós!
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